Assim como os mouses, os teclados são essenciais no universo gamer. Afinal, enquanto alguns enxergam os jogos apenas como diversão, outros levam a experiência bem a sério, exigindo bom desempenho desses acessórios. E não é só iluminação de LED que conta. Botões de qualidade, rápida resposta tátil e precisão são pontos de atenção nos teclados.

Confira a seguir um comparativo de vários modelos com base nas características essenciais desse acessório.

Design

Não poderíamos começar a análise de maneira diferente, senão com aquilo que vemos logo de cara: o visual dos equipamentos. Dois dos teclados aqui analisados contam com uma característica que alguns amam e outros odeiam: o apoio de mão. O Razer BlackWidow TE Chroma V2 TKL possui esse descanso de pulso removível e macio, incrementando a boa ergonomia. A única configuração de inclinação é boa e não deve causar fadiga.

O ponto baixo do teclado, porém, fica com as teclas: o aparelho é feito de plástico texturizado, enquanto as tampas das teclas são de plástico ABS, em uma composição muito inferior à de outros da mesma categoria, que utilizam tampas de plástico PBT. Por fim, o cabo USB parece frágil quando conectado ao teclado e, apesar da flexibilidade, não passa segurança para mexer muito com o aparelho.

Outro que vem com esse item polêmico é o Logitech G213, que tem cabo de 1,80 m. O teclado tem boa ergonomia, mas o descanso de pulso é fixado ao equipamento e feito do mesmo plástico. Essa característica deixa o modelo mais engessado e empobrece o visual geral, apesar de proporcionar conforto. O mesmo vale para as teclas ABS, que também parecem de qualidade inferior e provavelmente devem ficar marcadas com o tempo conforme o uso. Entrando na esfera dos teclados sem apoio de mão, dois são bastante similares em termos de qualidade de design: o Redragon Kumara e o HyperX Alloy Core. O primeiro possui ergonomia adequada. No entanto, a inclinação bem mais alta pode causar fadiga e, talvez, exigir um descanso de pulso. O aparelho tem teclas bem-acabadas, misturando plástico rígido e metal, o que o torna mais pesado e robusto.

Já o HyperX Alloy Core tem duas configurações de inclinação e suportes firmes. O melhor são as teclas: de excelente qualidade, elas possuem corpo totalmente de alumínio revestido com acabamento macio. Todo o teclado parece sólido e robusto, sem sinais de flexão. Por fim, há mais um acerto: o cabo. Além de ser flexível e resistente, é removível e pode evitar dores de cabeça no futuro.

Botões

Apesar da importância do design, nada mais impactante na experiência de um teclado do que os botões. Com teclas Outemu, o Redragon Kumara fica no geral bem abaixo da média: embora a força necessária para pressionar as teclas seja bastante baixa, há certo desconforto tátil e, acima de tudo, muito ruído. Isso, logo de cara, pode tornar o modelo inviável para gamers que precisam se comunicar frequentemente durante um jogo, uma vez que o barulho dos toques pode atrapalhar.

Já os outros três teclados estão no mesmo patamar: não fazem muito barulho, funcionando para pessoas que não querem sons excessivos, mas também não desejam silêncio completo. O que muda entre eles é, enfim, a questão tátil: o HyperX Alloy Core usa switches lineares proprietários, com curta distância e pouca força; o Razer BlackWidow V2 exige força mínima com seus switches Yellow da Razer, semelhantes ao Cherry MX Red, e o Logitech G213 usa interruptores de domo de borracha, de pouca força.

Tempo de resposta e precisão

Depois dos botões, é essencial entender a qualidade de digitação de um teclado, passeando em temas como latência e sensação de toque. Nesse ponto, o que apresenta melhor resultado é o HyperX Alloy Core. O aparelho proporciona uma experiência excelente, com teclas estáveis e bem espaçadas, ajudando muito na precisão da digitação. Já a latência, que é o tempo que leva para que as entradas do teclado sejam exibidas no monitor do computador, é bem baixa, ficando na agradável marca de 4,8 ms.

Outro teclado com bom resultado é o Razer BlackWidow V2. Com ótima qualidade de digitação, o aparelho não exige muita força e tem uma distância confortável entre as teclas, ajudando a evitar erros. Vale destacar também a almofada para evitar fadiga. Mas o ponto alto do aparelho é a latência. Enquanto a maioria dos bons teclados fica na casa dos 4 ms, este registrou uma latência de 1,1 ms, número que deixa a digitação muito mais natural.

Por fim, dois teclados apresentam resultados bem similares: o Redragon Kumara e o Logitech G213. O primeiro até possui uma experiência leve de digitação, mas tem teclas em disposição não tão agradável. Isso sem falar da latência altíssima e inadequada para jogos competitivos, de 26,5 ms. Por fim, o da Logitech tem uma construção de teclas também não muito agradável, lembrando um teclado convencional. O diferencial mesmo é a excepcional latência de 0,8 ms, a mais baixa dos quatro aqui avaliados.

Iluminação

Ainda que seja um ponto de pouca diferenciação, a iluminação é alvo de interesse. Todos os teclados apresentados contam com iluminação RGB completa, trazendo uma gama de cores que dá ainda mais identidade aos modelos, e, com isso, é possível fazer uma personalização que agrade ao usuário sem atrapalhar a experiência. Afinal, apesar de os quatro teclados analisados usarem o mesmo esquema, há diferenças.

O Redragon Kumara, por exemplo, sai em desvantagem. Com 18 efeitos de iluminação e teclas retroiluminadas individualmente, ele traz uma mistura de cores ruim, que pode até causar confusão na hora da digitação. Afinal, sem um bom controle das cores, a iluminação vaza entre as teclas e a luz de fundo branca acaba sendo contaminada por cores mais fortes – um defeito grave, mas que segue os padrões da faixa de preço do teclado.

Outro modelo com problemas similares é o HyperX Alloy Core, que conta com uma luz de fundo RGB mais brilhante do que outros teclados desse tipo, resultando em um leve sangramento de cor. Esse defeito não atrapalha tanto na digitação quanto o Kumara, mas pode causar certa confusão com as teclas. Vale dizer, porém, que o escape de cor é mais superficial do que o Kumara e agrada aos usuários médios.

Em um caminho intermediário está o Logitech G213. Ao contrário dos outros três, com teclas retroiluminadas individualmente, esse aparelho conta com luz de fundo iluminada por zonas – cinco no total. Com isso, o teclado possui um botão dedicado a ligar ou desligar a luz de fundo, sem possibilidade de aumentar ou diminuir o brilho. Mas não deve agradar àqueles que desejam aparelhos realmente luminosos, já que a luz é fraca.

Por fim, o mais completo no quesito é o Razer BlackWidow V2. Com retroiluminação em cada tecla, o modelo possui cores que realmente saltam aos olhos, muito por causa da boa placa branca que fica sob as teclas. Além disso, permite ao usuário personalizar o brilho das luzes, ajustando-o no software ou manualmente por meio dos atalhos nas teclas F11 e F12. Simples e funcional.

Preço

Dois teclados ficam em um mesmo patamar de preço: o Redragon Kumara e o Logitech G213 transitam entre R$ 220 e R$ 380, com pequenas variações para mais ou para menos. O primeiro pode ser encontrado na Amazon e no Magalu. O segundo está disponível também na Amazon e no Magalu. Ainda que funcionais, são aparelhos mais simples, que seguem uma linha de entrada. O do HyperX Alloy Core, que está na mesma faixa de preço, está disponível também tanto no Magalu quanto na Amazon.

Finalmente, o mais caro, com mais funcionalidades e mais voltado para profissionais de games ou usuários muito frequentes, é o Razer BlackWidow V2L. O modelo tem preço a partir de R$ 900, nas Americanas, no Magalu e na Amazon.